. Exercícios do Capítulo 1
Exercício 1.9. Pelo Lema 1.4.4, temos
, para todo aberto contendo . Logo
é uma conta inferior do conjunto .
Para ver que é a maior cota inferior desse conjunto, devemos mostrar que para todo
existe aberto com . Mas esse é precisamente
o resultado do Lema 1.4.12.
Exercício 1.10. Como é mensurável então, para todo existe
um aberto com .
Daí é um aberto em contendo
e . Logo, pelo Lema 1.4.10, temos
.
Exercício 1.11.
-
(a)
O resultado é claro se é vazio. Senão, e
também é um bloco retangular -dimensional e:
-
(b)
Se é uma cobertura de por blocos ratangulares
-dimensionais então
é uma cobertura de por blocos retangulares -dimensionais e
Isso mostra que
(recorde (1.4.1)). Por outro lado, se
então e daí o mesmo argumento mostra que
; logo:
-
(c)
Se é mensurável então para todo existe um aberto
contendo tal que . Daí é um aberto
contendo e:
provando que é mensurável.
Exercício 1.12.
-
(a)
O resultado é claro se é vazio. Senão, e
onde , se e ,
se ; em todo caso:
-
(b)
Se é uma cobertura de por blocos retangulares
-dimensionais então
é uma cobertura de por blocos retangulares -dimensionais
e
Isso mostra que (recorde (1.4.1)):
(A.1.1)
Por outro lado, se então
e daí o mesmo argumento mostra que:
(A.1.2)
Como , de (A.1.1)
e (A.1.2) vem:
Concluímos então que:
-
(c)
Se é mensurável então para todo existe um aberto
contendo tal que .
Daí é um aberto que contém e:
provando que é mensurável.
Exercício 1.13. Temos e portanto .
De modo análogo mostra-se que e portanto .
Suponha agora que é mensurável. Então:
(A.1.3)
Como e então
e . Segue do Lema 1.4.16
que e são ambos mensuráveis; logo (A.1.3) implica
que é mensurável. Da mesma forma mostra-se que a mensurabilidade de implica
na mensurabilidade de .
Exercício 1.14. Seja um aberto tal que
. Pelo Lema 1.4.23 podemos escrever
, onde é uma seqüência de blocos retangulares
-dimensionais com interiores dois a dois disjuntos; pelo Corolário 1.4.21
temos:
Note que
e portanto a série é convergente; existe portanto
tal que . Observe agora que:
e portanto:
Exercício 1.15. Temos e portanto:
Se segue que:
(A.1.4)
note que (A.1.4) também é válida se já que, nesse caso,
e . Trocando os papéis de e
em (A.1.4) obtemos:
(A.1.5)
A conclusão segue de (A.1.4) e (A.1.5).
Exercício 1.16. Temos:
com e portanto . Como é mensurável e contém ,
segue que é um envelope mensurável de .
Exercício 1.17. Assuma que o conjunto é Lebesgue mensurável.
Pelo Corolário 1.4.31, existe um subconjunto de de tipo
tal que tem medida nula. Tome . Daí e pelo Lema 1.4.50
existe um subconjunto de de tipo tal que e
. Os conjuntos e são Boreleanos e portanto a condição (b)
é satisfeita. Agora assuma que a condição (b) é satisfeita. Temos que o conjunto é mensurável,
por ser Boreleano (Corolário 1.4.36) e que o conjunto é mensurável,
já que (Lema 1.4.16). Logo é mensurável.
Exercício 1.18. Temos que é união disjunta
dos conjuntos , e ; logo:
Como , segue do Lema 1.4.46 que:
e similarmente . Logo:
Exercício 1.19. Note que , para todo
. Sejam com , digamos, .
Temos e , de modo que .
Isso prova que os conjuntos são dois a dois disjuntos.
Vamos mostrar que . Obviamente,
. Por outro lado, se ,
seja o menor inteiro tal que ; daí e ,
de modo que, .
Exercício 1.20. Sejam ,
para todo , onde . Note que e para todo .
Pelo resultado do Exercício 1.19, os conjuntos são
dois a dois disjuntos e:
Daí:
(A.1.6)
Exercício 1.21. Definimos os conjuntos , , como na
resolução do Exercício 1.20. Por (A.1.6), é suficiente mostrarmos
que para todo . Obviamente . Por outro lado, temos:
aplicando o resultado do Exercício 1.20 obtemos:
o que completa a demonstração.
Exercício 1.22.
-
(a)
Temos para todo , de modo que e .
Dado temos para todo e portanto ,
para todo ; segue que . Seja uma seqüência de elementos
de . Daí para todo e todo , de modo que
para todo e portanto .
-
(b)
Se e são ambas -álgebras de
partes de satisfazendo as propriedades (1) e (2) que
aparecem na Definição 1.4.35, mostremos que .
De fato, como é uma -álgebra de partes de que contém
e como satisfaz a propriedade (2), temos que
. De modo similar mostra-se que
.
-
(c)
Seja a interseção de todas as -álgebras de partes
de que contém ; pelo resultado do item (a), é uma -álgebra
de partes de e obviamente , já que
é a interseção de uma coleção de conjuntos que contém . Além do mais, se
é uma -álgebra de partes de que contém então é um dos membros
da coleção cuja interseção resultou em ; logo .
Exercício 1.23. Como
é uma -álgebra de partes de que contém e como
satisfaz a propriedade (2) que aparece na Definição 1.4.35
temos que . Similarmente,
implica que .
Exercício 1.24. A -álgebra de Borel de
é uma -álgebra de partes de que contém os abertos de . Logo todo aberto de e
toda interseção enumerável de abertos de pertence à -álgebra de Borel de
(veja Lema 1.4.37). Como todo fechado é complementar de um aberto, segue que
os fechados de e as uniões enumeráveis de fechados de pertencem à -álgebra
de Borel de .
Exercício 1.25. Seja a -álgebra
gerada pelos intervalos da forma , com , . Como a -álgebra de
Borel é a -álgebra gerada pelos abertos de , o resultado do Exercício 1.23
nos diz que, para mostrar que , é suficiente mostrar as seguintes afirmações:
-
(i)
todo intervalo da forma é um Boreleano de ;
-
(ii)
todo aberto de pertence a .
A afirmação (i) é trivial, já que ,
onde é um subconjunto aberto de e é um subconjunto fechado de .
Para mostrar a afirmação (ii), observe que o Lema 1.4.23 implica que todo aberto
de é uma união enumerável de intervalos compactos; é suficiente mostrar então que
, para todos com . Mas isso segue
da igualdade:
Isso termina a resolução do item (a). Para o item (b), simplesmente observe que:
e portanto a -álgebra gerada pelos intervalos contém
a -álgebra gerada pelos intervalos .
Exercício 1.26. Suponha por absurdo que é um fechado
de contido propriamente em com . Seja .
Como é fechado, existe com .
Se é um ponto interior de então podemos escolher de modo que
; senão, se é uma extremidade de ,
podemos ao menos garantir que um dos intervalos ,
está contido em , para suficientemente pequeno. Em todo caso,
conseguimos um intervalo contido em , disjunto de , com .
Daí e são subconjuntos mensuráveis disjuntos de e portanto:
o que nos dá uma contradição e prova que . Em particular, vemos que não pode ter interior vazio.
Exercício 1.27.
-
(a)
Consideramos primeiro o caso em que e têm medida exterior finita.
Seja dado e sejam e respectivamente
uma seqüência de blocos retangulares -dimensionais e uma seqüência de blocos retangulares
-dimensionais tais que:
e tais que:
Daí é uma família enumerável de blocos retangulares -dimensionais
tal que . Logo:
A conclusão é obtida fazendo . Consideramos agora o caso que
ou . Se e então e não há nada para mostrar.
Suponha então que ou , de modo que ; devemos mostrar então que
também. Consideraremos apenas o caso que e (o caso
e é análogo). Para cada , seja . Temos
e , para todo . Logo:
ou seja, , para todo . Como:
segue que .
-
(b)
Consideramos primeiro o caso que e .
Dado , existem abertos e contendo e
respectivamente, de modo que , e:
Daí é um aberto de contendo ; além do mais:
Usando o resultado do item (a) obtemos portanto:
o que mostra que é mensurável. Para o caso geral, definimos , .
Daí é mensurável para todo e ; portanto
também é mensurável.
-
(c)
Mostremos primeiro que se , são abertos então:
(A.1.7)
Pelo Lema 1.4.23 podemos escrever , onde é uma seqüência
de blocos retangulares -dimensionais com interiores dois a dois disjuntos; podemos também escrever ,
onde é uma seqüência de blocos retangulares -dimensionais com interiores dois a dois disjuntos.
Note que é uma família enumerável de blocos retangulares -dimensionais com interiores
dois a dois disjuntos e . Daí, pelo Corolário 1.4.21, obtemos:
Isso prova (A.1.7).
Dados agora , mensuráveis com e podemos,
como no item (b), obter abertos , contendo e respectivamente de modo que:
Como os conjuntos e são mensuráveis e, pelo item (a), ,
obtemos:
e portanto . Usando agora (A.1.7) concluímos que:
fazendo , obtemos . Provamos então a igualdade
, já que a desigualdade oposta já foi provada no item (a).
Sejam agora , conjuntos mensuráveis arbitrários e defina:
para todo . Daí , , e portanto:
onde na última igualdade usamos o resultado do Exercício 1.5.
Exercício 1.28. Se é compacto então
, pelo Lema 1.4.4.
Logo é uma cota superior do conjunto:
e portanto é maior ou igual ao seu supremo, que é .
Exercício 1.29. Observe que:
e portanto:
Exercício 1.30. Se
contém todos os subconjuntos compactos de então:
e portanto:
Por outro lado, se e então segue do Corolário 1.4.59 que:
isso mostra que é uma cota superior do conjunto:
e portanto .
Exercício 1.31. Se então
para todo existe um compacto com ;
daí é um contido em e:
para todo , onde usamos o Corolário 1.4.59.
Segue que . Se então para todo existe um compacto
com e daí é um contido em
tal que:
para todo ; logo .
Exercício 1.32. Para cada , seja um subconjunto
de tipo tal que e (veja Exercício 1.31).
Como os conjuntos são dois a dois disjuntos e mensuráveis, temos:
Mas é um subconjunto mensurável de e portanto
o Corolário 1.4.59 nos dá:
Exercício 1.33. O resultado do Exercício 1.29
implica que é uma seqüência decrescente e que
, para todo ; logo
é convergente e:
Para cada , o resultado do Exercício 1.31
nos dá um subconjunto de de tipo tal que .
Defina . Daí é mensurável e ,
donde:
onde na última desigualdade usamos o Corolário 1.4.59. Mostramos então que ,
para todo . Obviamente para todo e:
Como para algum , o Lema 1.4.48
nos dá:
e portanto: