. Exercícios do Capítulo 2
Exercício 2.1. Se é constante então para todo subconjunto
de temos ou ; em todo caso, .
Exercício 2.2. Evidentemente é não
vazia, já que é não vazia. Seja uma seqüência em ;
para cada existe com . Daí:
e ; logo .
Agora seja , de modo que , com .
Temos que o complementar de em é igual à interseção do complementar de
em com , ou seja:
Como está em , segue que .
Exercício 2.3. Pelo resultado do Exercício 2.2,
temos que é uma -álgebra de partes de que contém ; logo
contém . Para mostrar que está contido em
, considere a coleção:
Verifica-se diretamente que é uma -álgebra de partes de ;
obviamente, . Logo , o que
prova que , para todo , i.e.,
.
Exercício 2.4. De acordo com a definição da -álgebra
de Borel de , se então ;
logo . Por outro lado, se então
também (já que é um Boreleano de ) e portanto
.
Exercício 2.5. Seja a coleção formada pelos
intervalos da forma , . Claramente e
portanto . Vamos mostrar então que .
Em primeiro lugar, afirmamos que:
|
|
|
(A.2.1) |
|
|
|
(A.2.2) |
De fato, (A.2.1) segue das igualdades:
e (A.2.2) segue de (A.2.1), já que
.
Note que:
e portanto o resultado do Exercício 1.25 nos dá ;
daí, o resultado do Exercício 2.3 implica que:
(A.2.3)
Seja , de modo que . Por (A.2.3),
temos que existe tal que . Daí (A.2.2)
implica que . Finalmente, (A.2.1) implica
que , o que prova que
.
Exercício 2.6. Pelo Corolário 2.1.18, a função
definida por é mensurável. Logo o conjunto:
é mensurável. A conclusão segue da igualdade:
Exercício 2.7. Vamos usar o Lema 2.1.13.
Temos que os conjuntos:
|
|
|
|
(A.2.4a) |
|
|
|
(A.2.4b) |
|
|
|
(A.2.4c) |
constituem uma cobertura enumerável de por Boreleanos. É suficiente então mostrar
que a restrição de a cada um desses Boreleanos é Borel mensurável. A restrição de
ao conjunto (A.2.4a) é contínua, e portanto Borel mensurável (veja Lema 2.1.15).
A restrição de ao conjunto (A.2.4b) é um limite pontual de funções contínuas
e portanto é Borel mensurável, pelo Corolário 2.1.24 (na verdade, essa restrição de
também é contínua, já que a série em questão converge uniformemente, pelo teste de Weierstrass).
Finalmente, a restrição de ao conjunto (A.2.4c) é Borel mensurável, sendo
igual à composição da função contínua com a função Borel mensurável
.
Exercício 2.8.
-
(a)
Como tem medida nula, temos que todo subconjunto de
é mensurável (recorde Lema 1.4.16). Portanto, a restrição de a
é automaticamente mensurável (seja lá qual for a função ). Como os conjuntos e
são mensuráveis, segue do Lema 2.1.13 que
é mensurável.
-
(b)
Como quase sempre, existe um subconjunto de tal que
tem medida nula e tal que e coincidem em . Como
é mensurável, segue que também é mensurável; logo,
o resultado do item (a) implica que é mensurável.
-
(c)
Basta observar que quase sempre e usar o resultado
do item (b) juntamente com o Corolário 2.1.23.
Exercício 2.9. Devemos mostrar que se é um subconjunto
Lebesgue mensurável de então é um subconjunto Lebesgue mensurável
de . Mas e portanto a conclusão segue do
resultado do item (b) do Exercício 1.27.
Exercício 2.10. Considere a função
definida por , para todos , . Obviamente:
Considere a projeção nas primeiras coordenadas. Temos que
é contínua e portanto Borel mensurável; daí é Boreleano, caso
seja Boreleano. Além do mais, pelo resultado do Exercício 2.9,
é Lebesgue mensurável, caso seja Lebesgue mensurável. Para concluir a demonstração, vamos
verificar que:
-
•
é Borel mensurável se for Borel mensurável;
-
•
é mensurável se for mensurável.
De fato, temos que é igual à diferença entre a função contínua
e a função , que é simplesmente a composição da restrição de
a com . A conclusão segue do resultado do Exercício 2.9.
Exercício 2.11.
-
(a)
Se é integrável então, por definição, e são integráveis,
donde é integrável. Reciprocamente, se é integrável
então e são integráveis, já que e .
Segue que é integrável.
-
(b)
Temos:
Exercício 2.12. Seja . Daí
é uma seqüência de funções mensuráveis não negativas com .
Segue do Teorema 2.3.3 que:
Exercício 2.13. Obviamente ,
pelo Lema 2.4.10. Seja uma seqüência de subconjuntos mensuráveis
dois a dois disjuntos de . Temos:
e portanto o Lema 2.3.4 e o resultado do Exercício 2.12
implicam:
Exercício 2.14.
-
(a)
Se a função é não negativa, a afirmação segue do resultado do Exercício 2.13.
No caso geral, temos:
e a conclusão segue subtraindo as duas igualdades acima.
-
(b)
Se a função é não negativa, a afirmação segue do resultado do Exercício 2.13
e do Lema 1.4.48. No caso geral, temos:
e a conclusão segue subtraindo as duas igualdades acima.
-
(c)
Análogo ao item (b), observando que se é integrável então
e .