Exercícios para o Capítulo 1

Aritmética na Reta Estendida

Exercício 1.1.

Mostre que todo subconjunto da reta estendida possui supremo e ínfimo.

Exercício 1.2.

Prove o Lema 1.1.7.

Exercício 1.3.

Dadas famílias (ai)iI(a_{i})_{i\in I} e (bj)jJ(b_{j})_{j\in J} em ¯\overline{\mathds{R}} tais que a soma ai+bja_{i}+b_{j} é bem definida para todos iIi\in I, jJj\in J, mostre que:

sup{ai+bj:iI,jJ}=supiIai+supjJbj,\sup\big{\{}a_{i}+b_{j}:i\in I,\ j\in J\big{\}}=\sup_{i\in I}a_{i}+\sup_{j\in J% }b_{j},

desde que a soma supiIai+supjJbj\sup_{i\in I}a_{i}+\sup_{j\in J}b_{j} esteja bem definida. Mostre também que:

inf{ai+bj:iI,jJ}=infiIai+infjJbj,\inf\big{\{}a_{i}+b_{j}:i\in I,\ j\in J\big{\}}=\inf_{i\in I}a_{i}+\inf_{j\in J% }b_{j},

desde que a soma infiIai+infjJbj\inf_{i\in I}a_{i}+\inf_{j\in J}b_{j} esteja bem definida.

Exercício 1.4.

Prove o Lema 1.1.8.

Exercício 1.5.

Sejam (ak)k1(a_{k})_{k\geq 1} e (bk)k1(b_{k})_{k\geq 1} seqüências crescentes no intervalo [0,+][0,+\infty]. Mostre que:

limkakbk=(limkak)(limkbk).\lim_{k\to\infty}a_{k}b_{k}=\big{(}\lim_{k\to\infty}a_{k}\big{)}\big{(}\lim_{k% \to\infty}b_{k}\big{)}.
Exercício 1.6.

Prove a Proposição 1.1.10.

Exercício 1.7.

Prove a Proposição 1.1.12.

*Exercício 1.8.
  • Mostre que os conjuntos:

    ]a,b[,a,b¯,a<b,\displaystyle\left]a,b\right[,\quad a,b\in\overline{\mathds{R}},\ a<b,
    [,a[,a¯,a>,\displaystyle\left[-\infty,a\right[,\quad a\in\overline{\mathds{R}},\ a>-\infty,
    ]a,+],a¯,a<+,\displaystyle\left]a,+\infty\right],\quad a\in\overline{\mathds{R}},\ a<+\infty,

    constituem uma base de abertos para uma topologia em ¯\overline{\mathds{R}}.

  • Mostre que a aplicação f:[1,1]¯f:[-1,1]\to\overline{\mathds{R}} definida por:

    f(x)={,se x=1,x1x2,se x]1,1[,+,se x=1,f(x)=\begin{cases}\hfil-\infty,&\text{se $x=-1$},\\[3.0pt] \dfrac{x}{1-x^{2}},&\text{se $x\in\left]-1,1\right[$},\\[5.0pt] \hfil+\infty,&\text{se $x=1$},\end{cases}

    é um homeomorfismo.

  • Mostre que uma seqüência (ak)k1(a_{k})_{k\geq 1} em ¯\overline{\mathds{R}} converge para um elemento a¯a\in\overline{\mathds{R}} com respeito à topologia introduzida acima se e somente se (ak)k1(a_{k})_{k\geq 1} converge para aa de acordo com a Definição 1.1.6.

  • Mostre que a função D+(a,b)a+b¯D_{+}\ni(a,b)\mapsto a+b\in\overline{\mathds{R}} é contínua, onde:

    D+=(¯×¯){(,+),(+,)}D_{+}=(\,\overline{\mathds{R}}\times\overline{\mathds{R}}\,)\setminus\big{\{}(% -\infty,+\infty),(+\infty,-\infty)\big{\}}

    é munido da topologia induzida pela topologia produto de ¯×¯\overline{\mathds{R}}\times\overline{\mathds{R}}.

  • Mostre que a função ¯×¯(a,b)ab¯\overline{\mathds{R}}\times\overline{\mathds{R}}\ni(a,b)\mapsto ab\in\overline% {\mathds{R}} é contínua, exceto nos pontos (+,0)(+\infty,0), (,0)(-\infty,0), (0,+)(0,+\infty) e (0,)(0,-\infty).

Medida de Lebesgue em n{\mathds{R}^{n}}

Exercício 1.9.

Dado AnA\subset\mathds{R}^{n}, mostre que:

𝔪(A)=inf{𝔪(U):U aberto em n e AU}.\mathfrak{m}^{*}(A)=\inf\big{\{}\mathfrak{m}(U):\text{$U$ aberto em $\mathds{R% }^{n}$ e $A\subset U$}\big{\}}.
Exercício 1.10.

Se AnA\subset\mathds{R}^{n} é um conjunto mensurável, mostre que A+xA+x também é mensurável para todo xnx\in\mathds{R}^{n}.

Exercício 1.11.

Seja σ\sigma uma permutação de nn elementos, ou seja, uma bijeção do conjunto {1,,n}\{1,\ldots,n\} sobre si próprio. Considere o isomorfismo linear σ^:nn\widehat{\sigma}:\mathds{R}^{n}\to\mathds{R}^{n} definido por:

σ^(x1,,xn)=(xσ(1),,xσ(n)),\widehat{\sigma}(x_{1},\ldots,x_{n})=(x_{\sigma(1)},\ldots,x_{\sigma(n)}),

para todo (x1,,xn)n(x_{1},\ldots,x_{n})\in\mathds{R}^{n}. Mostre que:

  • (a)

    se BB é um bloco retangular nn-dimensional então σ^(B)\widehat{\sigma}(B) é também um bloco retangular nn-dimensional e |σ^(B)|=|B||\widehat{\sigma}(B)|=|B|;

  • (b)

    para todo AnA\subset\mathds{R}^{n}, vale a igualdade 𝔪(σ^(A))=𝔪(A)\mathfrak{m}^{*}\big{(}\widehat{\sigma}(A)\big{)}=\mathfrak{m}^{*}(A);

  • (c)

    se AnA\subset\mathds{R}^{n} é mensurável então σ^(A)\widehat{\sigma}(A) também é mensurável.

Exercício 1.12.

Dado um vetor λ=(λ1,,λn)n\lambda=(\lambda_{1},\ldots,\lambda_{n})\in\mathds{R}^{n} com todas as coordenadas não nulas, consideramos o isomorfismo linear Dλ:nnD_{\lambda}:\mathds{R}^{n}\to\mathds{R}^{n} definido por:

Dλ(x1,,xn)=(λ1x1,,λnxn),D_{\lambda}(x_{1},\ldots,x_{n})=(\lambda_{1}x_{1},\ldots,\lambda_{n}x_{n}),

para todo (x1,,xn)n(x_{1},\ldots,x_{n})\in\mathds{R}^{n}. Mostre que:

  • (a)

    se BB é um bloco retangular nn-dimensional então Dλ(B)D_{\lambda}(B) é também um bloco retangular nn-dimensional e:

    |Dλ(B)|=|λ1||λn||B|=|detDλ||B|;|D_{\lambda}(B)|=|\lambda_{1}|\cdots|\lambda_{n}|\,|B|=|\det D_{\lambda}|\,|B|;
  • (b)

    para todo AnA\subset\mathds{R}^{n}, vale a igualdade 𝔪(Dλ(A))=|detDλ|𝔪(A)\mathfrak{m}^{*}\big{(}D_{\lambda}(A)\big{)}=|\det D_{\lambda}|\,\mathfrak{m}^% {*}(A);

  • (c)

    se AnA\subset\mathds{R}^{n} é mensurável então Dλ(A)D_{\lambda}(A) também é mensurável.

Definição 1.1.

Dados conjuntos AA e BB então a diferença simétrica de AA e BB é definida por:

AB=(AB)(BA).A\bigtriangleup B=(A\setminus B)\cup(B\setminus A).
Exercício 1.13.

Sejam A,BnA,B\subset\mathds{R}^{n} tais que 𝔪(AB)=0\mathfrak{m}^{*}(A\bigtriangleup B)=0. Mostre que:

  • 𝔪(A)=𝔪(B)\mathfrak{m}^{*}(A)=\mathfrak{m}^{*}(B);

  • AA é mensurável se e somente se BB é mensurável.

Exercício 1.14.

Dado um subconjunto mensurável AnA\subset\mathds{R}^{n} tal que 𝔪(A)<+\mathfrak{m}(A)<+\infty, mostre que, para todo ε>0\varepsilon>0, existem blocos retangulares nn-dimensionais B1B_{1}, …, BtB_{t} com interiores dois a dois disjuntos de modo que:

𝔪((k=1tBk)A)<ε.\mathfrak{m}\Big{(}\big{(}{\textstyle\bigcup_{k=1}^{t}B_{k}}\big{)}% \bigtriangleup A\Big{)}<\varepsilon.
Exercício 1.15.

Dados subconjuntos A,BnA,B\subset\mathds{R}^{n} com 𝔪(A)<+\mathfrak{m}^{*}(A)<+\infty ou 𝔪(B)<+\mathfrak{m}^{*}(B)<+\infty, mostre que:

|𝔪(A)𝔪(B)|𝔪(AB).\big{|}\mathfrak{m}^{*}(A)-\mathfrak{m}^{*}(B)\big{|}\leq\mathfrak{m}^{*}(A% \bigtriangleup B).
Exercício 1.16.

Seja AnA\subset\mathds{R}^{n} e seja EnE\subset\mathds{R}^{n} um envelope mensurável de AA. Se EE^{\prime} é um conjunto mensurável tal que AEEA\subset E^{\prime}\subset E, mostre que EE^{\prime} também é um envelope mensurável de AA.

Exercício 1.17.

Seja EE um subconjunto de n\mathds{R}^{n}. Mostre que as seguintes condições são equivalentes:

  • (a)

    EE é Lebesgue mensurável;

  • (b)

    existem Boreleanos A,MnA,M\subset\mathds{R}^{n} e um subconjunto NN de MM de modo que E=ANE=A\cup N e 𝔪(M)=0\mathfrak{m}(M)=0.

Exercício 1.18.

Seja (X,𝒜,μ)(X,\mathcal{A},\mu) um espaço de medida. Dados A,B𝒜A,B\in\mathcal{A} com μ(AB)<+\mu(A\cap B)<+\infty, mostre que:

μ(AB)=μ(A)+μ(B)μ(AB).\mu(A\cup B)=\mu(A)+\mu(B)-\mu(A\cap B).
Exercício 1.19.

Seja (Ak)k1(A_{k})_{k\geq 1} uma seqüência de conjuntos. Defina:

Bk=Aki=0k1Ai,B_{k}=A_{k}\setminus\bigcup_{i=0}^{k-1}A_{i},

para todo k1k\geq 1, onde A0=∅︀A_{0}=\emptyset. Mostre que os conjuntos (Bk)k1(B_{k})_{k\geq 1} são dois a dois disjuntos e que:

k=1Ak=k=1Bk.\bigcup_{k=1}^{\infty}A_{k}=\bigcup_{k=1}^{\infty}B_{k}.
Exercício 1.20.

Seja (X,𝒜,μ)(X,\mathcal{A},\mu) um espaço de medida e seja (Ak)k1(A_{k})_{k\geq 1} uma seqüência de elementos de 𝒜\mathcal{A}. Mostre que μ(k=1Ak)k=1μ(Ak)\mu\big{(}\bigcup_{k=1}^{\infty}A_{k}\big{)}\leq\sum_{k=1}^{\infty}\mu(A_{k}).

Exercício 1.21.

Seja (X,𝒜,μ)(X,\mathcal{A},\mu) um espaço de medida e seja (Ak)k1(A_{k})_{k\geq 1} uma seqüência de elementos de 𝒜\mathcal{A} tal que μ(AkAl)=0\mu(A_{k}\cap A_{l})=0, para todos k,l1k,l\geq 1 com klk\neq l. Mostre que μ(k=1Ak)=k=1μ(Ak)\mu\big{(}\bigcup_{k=1}^{\infty}A_{k}\big{)}=\sum_{k=1}^{\infty}\mu(A_{k}).

Exercício 1.22.

Seja XX um conjunto arbitrário.

  • (a)

    Se (𝒜i)iI(\mathcal{A}_{i})_{i\in I} é uma família não vazia de σ\sigma-álgebras de partes de XX, mostre que 𝒜=iI𝒜i\mathcal{A}=\bigcap_{i\in I}\mathcal{A}_{i} também é uma σ\sigma-álgebra de partes de XX.

  • (b)

    Mostre que, fixada uma coleção 𝒞(X)\mathcal{C}\subset\wp(X) de partes de XX, existe no máximo uma σ\sigma-álgebra σ[𝒞]\sigma[\mathcal{C}] de partes de XX satisfazendo as propriedades (1) e (2) que aparecem na Definição 1.4.35.

  • (c)

    Dada uma coleção arbitrária 𝒞(X)\mathcal{C}\subset\wp(X) de partes de XX, mostre que a interseção de todas as σ\sigma-álgebras de partes de XX que contém 𝒞\mathcal{C} é uma σ\sigma-álgebra de partes de XX que satisfaz as propriedades (1) e (2) que aparecem na Definição 1.4.35 (note que sempre existe ao menos uma σ\sigma-álgebra de partes de XX contendo 𝒞\mathcal{C}, a saber, (X)\wp(X)).

Exercício 1.23.

Seja XX um conjunto arbitrário e sejam 𝒞1,𝒞2(X)\mathcal{C}_{1},\mathcal{C}_{2}\subset\wp(X) coleções arbitrárias de partes de XX. Se 𝒞1σ[𝒞2]\mathcal{C}_{1}\subset\sigma[\mathcal{C}_{2}] e 𝒞2σ[𝒞1]\mathcal{C}_{2}\subset\sigma[\mathcal{C}_{1}], mostre que σ[𝒞1]=σ[𝒞2]\sigma[\mathcal{C}_{1}]=\sigma[\mathcal{C}_{2}].

Exercício 1.24.

Mostre que todo subconjunto de n\mathds{R}^{n} de tipo GδG_{\delta} ou de tipo FσF_{\sigma} é Boreleano.

Exercício 1.25.

Mostre que:

  • (a)

    a σ\sigma-álgebra de Borel de \mathds{R} coincide com a σ\sigma-álgebra gerada pelos intervalos da forma ]a,b]\left]a,b\right], com a<ba<b, a,ba,b\in\mathds{R};

  • (b)

    a σ\sigma-álgebra de Borel de \mathds{R} coincide com a σ\sigma-álgebra gerada pelos intervalos da forma ],c]\left]-\infty,c\right], cc\in\mathds{R}.

Exercício 1.26.

Se II é um intervalo fechado e limitado de comprimento positivo, mostre que o único subconjunto fechado FIF\subset I com 𝔪(F)=|I|\mathfrak{m}(F)=|I| é F=IF=I. Conclua que não existe um subconjunto fechado com interior vazio FIF\subset I tal que 𝔪(F)=|I|\mathfrak{m}(F)=|I| (compare com o Exemplo 1.5.4).

*Exercício 1.27.

Sejam dados conjuntos AmA\subset\mathds{R}^{m}, BnB\subset\mathds{R}^{n}, de modo que A×Bm×nm+nA\times B\subset\mathds{R}^{m}\times\mathds{R}^{n}\cong\mathds{R}^{m+n}.

  • (a)

    Mostre que 𝔪(A×B)𝔪(A)𝔪(B)\mathfrak{m}^{*}(A\times B)\leq\mathfrak{m}^{*}(A)\mathfrak{m}^{*}(B).

  • (b)

    Mostre que se AA e BB são mensuráveis então A×BA\times B também é mensurável.

  • (c)

    Mostre que se AA e BB são mensuráveis então 𝔪(A×B)=𝔪(A)𝔪(B)\mathfrak{m}(A\times B)=\mathfrak{m}(A)\mathfrak{m}(B).

Medida Interior

Exercício 1.28.

Dado AnA\subset\mathds{R}^{n}, mostre que 𝔪(A)𝔪(A)\mathfrak{m}_{*}(A)\leq\mathfrak{m}^{*}(A).

Exercício 1.29.

Mostre que a medida interior de Lebesgue é monotônica, i.e., se A1A2nA_{1}\subset A_{2}\subset\mathds{R}^{n} então 𝔪(A1)𝔪(A2)\mathfrak{m}_{*}(A_{1})\leq\mathfrak{m}_{*}(A_{2}).

Exercício 1.30.

Dado AnA\subset\mathds{R}^{n}, mostre que:

𝔪(A)=sup{𝔪(E):EA,E mensurável}.\mathfrak{m}_{*}(A)=\sup\big{\{}\mathfrak{m}(E):E\subset A,\ \text{$E$ mensurá% vel}\big{\}}.

Mais geralmente, mostre que se \mathcal{M}^{\prime} é um subconjunto de (n)\mathcal{M}(\mathds{R}^{n}) que contém todos os subconjuntos compactos de n\mathds{R}^{n} então:

𝔪(A)=sup{𝔪(E):EA,E}.\mathfrak{m}_{*}(A)=\sup\big{\{}\mathfrak{m}(E):E\subset A,\ E\in\mathcal{M}^{% \prime}\big{\}}.
Exercício 1.31.

Dado um subconjunto AnA\subset\mathds{R}^{n}, mostre que existe um subconjunto WW de n\mathds{R}^{n} de tipo FσF_{\sigma} tal que WAW\subset A e 𝔪(W)=𝔪(A)\mathfrak{m}(W)=\mathfrak{m}_{*}(A).

Exercício 1.32.

Seja (Ak)k1(A_{k})_{k\geq 1} uma seqüência de subconjuntos dois a dois disjuntos de n\mathds{R}^{n}. Mostre que:

𝔪(k=1Ak)k=1𝔪(Ak).\mathfrak{m}_{*}\Big{(}\bigcup_{k=1}^{\infty}A_{k}\Big{)}\geq\sum_{k=1}^{% \infty}\mathfrak{m}_{*}(A_{k}).
Exercício 1.33.

Seja (Ak)k1(A_{k})_{k\geq 1} uma seqüência de subconjuntos de n\mathds{R}^{n} tal que AkAA_{k}\searrow A e 𝔪(Ak)<+\mathfrak{m}_{*}(A_{k})<+\infty para algum k1k\geq 1. Mostre que:

𝔪(A)=limk𝔪(Ak).\mathfrak{m}_{*}(A)=\lim_{k\to\infty}\mathfrak{m}_{*}(A_{k}).

Conjuntos de Cantor

Definição 1.2.

Um subconjunto de n\mathds{R}^{n} é dito magro quando está contido numa reunião enumerável de subconjuntos fechados de n\mathds{R}^{n} com interior vazio.

O famoso Teorema de Baire implica que todo subconjunto magro de n\mathds{R}^{n} tem interior vazio.

Exercício 1.34.

Mostre que:

  • existe um subconjunto magro e mensurável A[0,1]A\subset[0,1] tal que 𝔪(A)=1\mathfrak{m}(A)=1 (compare com o Exercício 1.26);

  • se AA é o conjunto do item anterior, mostre que [0,1]A[0,1]\setminus A é um conjunto de medida de Lebesgue zero que não é magro.

Exercício 1.35.

Considere o intervalo I=[0,1]I=[0,1] e a seqüência (αi)i1(\alpha_{i})_{i\geq 1} definida por:

αi=2i13i,\alpha_{i}=\frac{2^{i-1}}{3^{i}},

para todo i1i\geq 1. O conjunto de Cantor KK associado a II e à seqüência (αi)i1(\alpha_{i})_{i\geq 1} é conhecido como o conjunto ternário de Cantor. Mostre que:

  • 𝔪(K)=0\mathfrak{m}(K)=0;

  • para todo n1n\geq 1 e todo ϵ=(ϵ1,,ϵn){0,1}n\epsilon=(\epsilon_{1},\ldots,\epsilon_{n})\in\{0,1\}^{n} o intervalo I(ϵ)I(\epsilon) é dado por:

    I(ϵ)=[i=1n2ϵi3i,13n+i=1n2ϵi3i];I(\epsilon)=\Big{[}\sum_{i=1}^{n}\frac{2\epsilon_{i}}{3^{i}},\frac{1}{3^{n}}+% \sum_{i=1}^{n}\frac{2\epsilon_{i}}{3^{i}}\Big{]};
  • a bijeção ϕ:{0,1}K\phi:\{0,1\}^{\infty}\to K definida em (1.5.6) é dada por:

    ϕ(ϵ)=i=12ϵi3i,\phi(\epsilon)=\sum_{i=1}^{\infty}\frac{2\epsilon_{i}}{3^{i}},

    para todo ϵ=(ϵi)i1{0,1}\epsilon=(\epsilon_{i})_{i\geq 1}\in\{0,1\}^{\infty}.

Exercício 1.36.

Considere a relação de ordem lexicográfica no conjunto {0,1}\{0,1\}^{\infty}, i.e., para ϵ=(ϵi)i1,ϵ=(ϵi)i1{0,1}\epsilon=(\epsilon_{i})_{i\geq 1},\epsilon^{\prime}=(\epsilon^{\prime}_{i})_{i% \geq 1}\in\{0,1\}^{\infty} dizemos que ϵ<ϵ\epsilon<\epsilon^{\prime} quando existe um índice i1i\geq 1 tal que (ϵ1,,ϵi1)=(ϵ1,,ϵi1)(\epsilon_{1},\ldots,\epsilon_{i-1})=(\epsilon^{\prime}_{1},\ldots,\epsilon^{% \prime}_{i-1}) e ϵi<ϵi\epsilon_{i}<\epsilon^{\prime}_{i}. Mostre que a função ϕ:{0,1}K\phi:\{0,1\}^{\infty}\to K definida em (1.5.6) é estritamente crescente, i.e., se ϵ<ϵ\epsilon<\epsilon^{\prime} então ϕ(ϵ)<ϕ(ϵ)\phi(\epsilon)<\phi(\epsilon^{\prime}).

Exercício 1.37.

Utilizando a notação da Seção 1.5, mostre que para todo n1n\geq 1 e todo ϵ=(ϵi)i=1n{0,1}n\epsilon=(\epsilon_{i})_{i=1}^{n}\in\{0,1\}^{n}, a extremidade esquerda do intervalo I(ϵ)I(\epsilon) é ϕ(ϵ1,,ϵn,0,0,)\phi(\epsilon_{1},\ldots,\epsilon_{n},0,0,\ldots) e a extremidade direita de I(ϵ)I(\epsilon) é ϕ(ϵ1,,ϵn,1,1,)\phi(\epsilon_{1},\ldots,\epsilon_{n},1,1,\ldots).

Conjuntos não Mensuráveis

Exercício 1.38.

Mostre que existe um subconjunto não mensurável AA de n\mathds{R}^{n} tal que 𝔪(A)=𝔪(A)=+\mathfrak{m}_{*}(A)=\mathfrak{m}^{*}(A)=+\infty.