Assíntotas oblíquas
A noção de assíntota permitiu obter informações a respeito do comportamento
qualitativo de uma função longe da origem, em direções paralelas aos eixos de
coordenadas: ou horizontal, ou vertical.
Veremos nesta seção que existem funções cujo gráfico, longe da origem,
se aproxima de uma reta que não é nem vertical, nem horizontal, mas oblíqua,
isto é de inclinação finita e não nula. Comecemos com um exemplo.
.
Considere a função .
É claro que esta função possui a reta como assíntota vertical, já que
Por outro lado, não possui assíntotas horizontais, já que
Apesar de não possuir assíntota horizontal, vemos que longe da origem,
o gráfico parece se aproximar de uma reta de inclinação
positiva. Como determinar essa reta?
Para começar, demos uma idéia do que está acontecendo.
Observe primeiro que
. Logo, quando for grande, a
contribuição
do termo é desprezível em relação a
, e é aproximada por
Ora, a função é uma reta de inclinação . De fato,
esboçando o gráfico de junto com a reta :
Podemos agora verificar que de fato,
quando , a distância entre o gráfico
de e a reta tende a zero:
(8.4)
Portanto, a reta é chamada de assíntota oblíqua da função .
O exemplo anterior leva naturalmente à seguinte definição:
.
A reta de equação é chamada de assíntota oblíqua para
se pelo menos um
dos limites abaixo existe e é nulo:
(Obs: quando , essa definição coincide com a de assíntota
horizontal.)
Como saber se uma função possui uma assíntota oblíqua? E se ela tiver uma, como
identificar os coeficientes e ?
Para começar, observe que pode ser obtido a partir de , já que
é zero se e somente se
(8.5)
Para identificar , podemos escrever
e observar que para este último limite
existir e ser igual a zero quando , é necessário
que
.
Como , isso implica que
(8.6)
Assim, vemos que se possui uma
assíntota oblíqua, esta tem uma inclinação
dada por (8.6), e uma abcissa na origem dada por
(8.5).
Por outro lado, é claro que se os dois limites em
(8.6) e
(8.5) existirem e forem ambos finitos, então
possui uma assíntota oblíqua dada por .
É claro que os limites precisam ser calculados
separadamente, pois uma função pode possuir assíntotas
oblíquas diferentes em e .
Voltando para o Exemplo 8.1, temos
e, como já visto anteriormente,
Logo, é assíntota oblíqua.
Vejamos como usar o critério acima em outros exemplos.
.
Considere .
Primeiro, tentaremos procurar uma inclinação. Pela presença
da raiz quadrada, cuidamos de distinguir os
limites e :
Em seguida calculemos
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Assim, possui a assíntota oblíqua em
. Refazendo contas parecidas para ,
obtemos
logo possui a assíntota oblíqua em
. De fato (observe que tem domínio
),
.
Considere , definida somente se .
Então
Mas, como
vemos que não possui assíntota oblíqua (apesar de
existir e ser finita).
.
Determine quais das funções abaixo possuem assíntotas
(se tiver, calcule-as).
-
1.
-
2.
-
3.
-
4.
-
5.
-
6.
-
7.
-
8.
.
Se uma função possui uma assíntota oblíqua em
, é
verdade que ?