8.3 Estudos de funções
Podemos agora juntar as técnicas conhecidas para estabelecer um roteiro para o estudo completo de uma função :
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Para começar, encontrar o domínio de . O domínio precisa ser especificado para evitar divisões por zero e raizes (ou logaritmos) de números negativos. A função poderá depois ser estudada na vizinança de alguns dos pontos que não pertencem ao domínio, caso sejam associados a assíntotas verticais.
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Se for possível (e não sempre é), estudar os zeros e o sinal de .
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Determinar se possui algumas simetrias, via o estudo da paridade: é par se , ímpar se .
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Estudar o comportamento assíntotico de , isto é, quando (se o domínio o permite). Se um dos limites existir (esses limites podem precisar da regra de Bernoulli-l’Hôpital), então a função possui uma assíntota horizontal. Lembre que pode ter assíntotas horizontais diferentes em e . Se um dos limites for infinito, poderá procurar saber se existem assíntotas oblíquas, como descrito na Seção 8.2.
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Procurar pontos na vizinhança dos quais toma valores arbitrariamente grandes, isto é: assíntotas verticais. Calculando os limites laterais e nos pontos perto dos quais não é limitada. Isto acontece em geral perto de uma divizão por zero, ou quando a variável de um logaritmo tende a zero.
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Estudar a primeira derivada de (se existir). Em particular, procurar os pontos críticos de . Deduzir a variação de via o estudo do sinal de . Determinar os pontos de mínimo e máximo, locais ou globais.
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Estudar e a convexidade/concavidade de , via o sinal de . O sinal de nos pontos críticos (se tiver) permite determinar quais são mínimos/máximos locais. Os pontos de inflexão são aqueles onde passa de convexa para côncava, ou o contrário.
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Juntando essas informações, montar o gráfico de . Por exemplo, se é par, o gráfico é simétrico com respeito ao eixo . Para montar um gráfico completo, pode ser necessário calcular mais alguns limites, por exemplo para observar o comportamento da derivada perto de alguns pontos particulares.
Exemplo 8.4.
Comecemos com , cujo domínio é . A função se anula no ponto , e o seu sinal é dado por:
(A dupla barra em é para indicar que não é definida em .) A funçao não é nem par, nem ímpar. Como
possui a reta como assíntota horizontal. Por outro lado, como
possui a reta como assíntota vertical. A derivada existe em todo , e vale
O sinal de dá logo a tabela de variação de :
(Indicamos o fato de ser uma assíntota vertical.) Assim, não possui pontos críticos, e é crescente nos intervalos e . A segunda derivada se calcula facilmente (para ):
Esta muda de sinal em , e permite descrever a convexidade de :
Isto é, é convexa em , côncava em . Assim, o gráfico é da forma
Exemplo 8.5.
Estudemos agora a função . O seu domínio é , e o seu sinal: é se , caso contrário. Como , é par. Como
a reta é assíntota horizontal. Não tem assíntotas verticais (o denominador não se anula em nenhum ponto). A primeira derivada é dada por . Logo,
O mínimo local (que é global também) tem coordenada . A segunda derivada é dada por , logo:
Os pontos de inflexão estão em , e . Finalmente,
Exercício 8.6.
Faça um estudo completo das seguintes funções.
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1.
(Segunda prova, primeiro semestre 2011)
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2.
(Segunda prova, primeiro semestre 2010)
Exercício 8.7.
(Segunda prova, segundo semestre de 2011) Para , estude: o sinal, os zeros, as assíntotas (se tiver), a variação, e a posição dos pontos de mín./máx. (se tiver). A partir dessas informações, monte o gráfico de . Em seguida, complete a sua análise com a determinação dos intervalos em que é convexa/côncava.
Exercício 8.8.
Faça um estudo completo das funções abaixo:
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1.
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4.
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8.
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9.
,
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10.
,
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11.
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12.
Exercício 8.9.
Faça um estudo completo das seguintes funções.
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1.
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3.
.
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4.
.
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5.
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6.
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7.
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8.
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9.
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10.
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11.