Apêndice 6.J Seção 11 (Identificabilidade na Descoberta Causal)

Lema 6.24 (Verma2022).

Para quaisquer vértices V1,V2𝒱V_{1},V_{2}\in{\mathcal{V}} em um grafo causal, 𝒢{\mathcal{G}}, as seguintes afirmações são equivalentes:

  1. 1.

    V1V_{1} e V2V_{2} são adjacentes,

  2. 2.

    Não existe 𝕍𝒱{V1,V2}{\mathbb{V}}\subseteq{\mathcal{V}}-\{V_{1},V_{2}\} tal que V1V2|𝕍V_{1}\perp V_{2}|{\mathbb{V}},

  3. 3.

    V1V_{1} e V2V_{2} não são d-separados dado A:=Anc({V1,V2}){V1,V2}A:=Anc(\{V_{1},V_{2}\})-\{V_{1},V2\},

  4. 4.

    V1V_{1} e V2V_{2} não são d-separados dado Pa:=Pa({V1,V2}){V1,V2}Pa:=Pa(\{V_{1},V_{2}\})-\{V_{1},V2\}.

Demonstração.

(12)(1\rightarrow 2) Sem perda de generalidade, suponha que V1V2V_{1}\rightarrow V_{2}. Inicialmente, construíremos uma ff compatível com 𝒢{\mathcal{G}}. Para todo V{V1,V2}V\notin\{V_{1},V_{2}\}, tomamos f(V|Pa(V))=𝕀(V=0)f(V|Pa(V))={\mathbb{I}}(V=0). Isto é, VV é degenerado em 0. Além disso, tomamos V1|Pa(V1)Bernoulli(0.5)V_{1}|Pa(V_{1})\sim\text{Bernoulli}(0.5) e V2|Pa(V2)V1V_{2}|Pa(V_{2})\equiv V_{1}. Para todo 𝕍𝒱{V1,V2}{\mathbb{V}}\subseteq{\mathcal{V}}-\{V_{1},V_{2}\}, (𝕍=0)=1{\mathbb{P}}({\mathbb{V}}=0)=1. Portanto, Cov(V1,V2|𝕍)=Cov(V1,V2)=0.250Cov(V_{1},V_{2}|{\mathbb{V}})=Cov(V_{1},V_{2})=0.25\neq 0. Portanto, V1V_{1} e V2V_{2} não são independentes dado 𝕍{\mathbb{V}} segundo ff. Como ff é compatível com 𝒢{\mathcal{G}}, decorre do Teorema 2.49 que V1V_{1} e V2V_{2} não são d-separados dado 𝕍{\mathbb{V}}.

(23)(2\rightarrow 3) Decorre do fato de que Anc({V1,V2}){V1,V2}Anc(\{V_{1},V_{2}\})-\{V_{1},V_{2}\} é um caso particular de 𝕍{\mathbb{V}} em (2).

(34)(3\rightarrow 4) Provaremos que se existe um caminho de V1V_{1} em V2V_{2}, CC, que não está bloqueado dado AA, ele também não está bloqueado dado PaPa. Faremos esta prova em duas etapas: primeiramente considerando vértices em CC que não sejam colisores e, a seguir, que sejam colisores. Tome um vértice em CC, CiC_{i}, que não é um colisor. Como CC não está bloqueado dado AA, CiAC_{i}\notin A. Como PaAPa\subseteq A, CiPaC_{i}\notin Pa. A seguir, tome um vértice em CC, CiC_{i}, que é um colisor. Como CC não está bloqueado dado AA, existe V1AV_{1}\in A tal que V1V_{1} é descendente de CC. Como V1AV_{1}\in A, existe V2PaV_{2}\in Pa tal que V2=V1V_{2}=V_{1} ou V2V_{2} é descendente de V1V_{1}. Portanto, V2PaV_{2}\in Pa é descendente de CiC_{i}. Decorre das conclusões anteriores que CC não está bloqueado dado PaPa.

(41)(4\rightarrow 1) Considere que V1V_{1} e V2V_{2} não são adjacentes e suponha por abusrdo que há um caminho de V1V_{1} a V2V_{2}, CC, não bloqueado dado PaPa. Como V1V_{1} e V2V_{2} não são adjacentes, |C|>2|C|>2. Caso, V1C2V_{1}\leftarrow C_{2}, então C2PaC_{2}\in Pa e C2C_{2} não é um colisor, isto é, CC está bloqueado dado PaPa. Conclua que V1C2V_{1}\rightarrow C_{2}. Por simetria, conclua que Cn1V2C_{n-1}\rightarrow V_{2}. Como V1C2V_{1}\rightarrow C_{2} e Cn1V2C_{n-1}\rightarrow V_{2}, há pelo menos um colisor em CC. Defina CiC_{i} como o colisor de menor índice (o mais próximo de V1V_{1}) e CjC_{j} o de maior índice (o mais próximo de V2V_{2}). Por definição construção, CiC_{i} é descendente de V1V_{1} e CjC_{j} é descendente de V2V_{2}. Note que, se CiC_{i} é ascendente de V2V_{2} e CjC_{j} é ascendente de V1V_{1}, então

V1CiV2CjV1,\displaystyle V_{1}\rightarrow\ldots\rightarrow C_{i}\rightarrow\ldots% \rightarrow V_{2}\rightarrow\ldots\rightarrow C_{j}\rightarrow\ldots% \rightarrow V_{1},

é um ciclo em 𝒢{\mathcal{G}}. Como 𝒢{\mathcal{G}} é um DAG, ou CiC_{i} não é ascendente de V2V_{2} ou CjC_{j} não é ascendente de V1V_{1}. Sem perda de generalidade, considere que CiC_{i} não é ascendente de V2V_{2}. Como CiC_{i} é descendente de V1V_{1}, CiC_{i} também não é ascendente de V1V_{1}. Como CiC_{i} não é ascendente de V1V_{1} ou de V2V_{2}, Não há vértice em PaPa que é descendente de CiC_{i}. Portanto, CiC_{i} é um colisor e não há descendente de CiC_{i} em PaPa. Conclua que CC está bloqueado dado PaPa, um absurdo. Portanto, V1V2|PaV_{1}\perp V_{2}|Pa. ∎

Lema 6.25 (Verma2022).

Considere que 𝒢{\mathcal{G}} é tal que V1V_{1} é adjacente a V2V_{2}, V2V_{2} é adjacente a V3V_{3}, mas V1V_{1} não é adjacente a V3V_{3}. Temos que V1V2V_{1}\rightarrow V_{2} e V2V3V_{2}\leftarrow V_{3} se e somente se V1V_{1} não é d-separado de V3V_{3} dado qualquer 𝕍{\mathbb{V}} tal que V2𝕍V_{2}\in{\mathbb{V}}.

Demonstração.

(\rightarrow) Considere que V1V2V_{1}\rightarrow V_{2} e V2V3V_{2}\leftarrow V_{3}. Tome o caminho C=V1V2V3C=V_{1}\rightarrow V_{2}\leftarrow V_{3}. Como V2V_{2} é um colisor em CC, CC não está bloqueado dado qualquer 𝕍{\mathbb{V}} tal que V2𝕍V_{2}\in{\mathbb{V}}. Conclua que V1V_{1} não é d-separado de V3V_{3} dado qualquer 𝕍{\mathbb{V}} tal que V2𝕍V_{2}\in{\mathbb{V}}.

(\leftarrow) Considere que V1V2V_{1}\leftarrow V_{2} ou V2V3V_{2}\rightarrow V_{3}. Portanto, V2Pa:=Pa({V1,V3}){V1,V3}V_{2}\in Pa:=Pa(\{V_{1},V_{3}\})-\{V_{1},V_{3}\}. Como V1V_{1} não é adjacente a V3V_{3}, conclua do Lema 6.24 que V1V3|PaV_{1}\perp V_{3}|Pa. ∎

Lema 6.26.

Se 𝒢{\mathcal{G}} e 𝒢{\mathcal{G}}^{*} não tem o mesmo padrão, então 𝒢{\mathcal{G}} e 𝒢{\mathcal{G}}^{*} não são fielmente equivalentes.

Demonstração.

Decorre diretamente dos Lemas 6.24 e 6.25. ∎

Lema 6.27.

Se 𝒢{\mathcal{G}} e 𝒢{\mathcal{G}}^{*} tem o mesmo padrão, V1V2V3V_{1}\rightarrow V_{2}\leftarrow V_{3} é um colisor tanto em 𝒢{\mathcal{G}} quanto em 𝒢{\mathcal{G}}^{*} e ZZ é tal que V2=ZV_{2}=Z ou ZZ é um descendente de V2V_{2} em 𝒢{\mathcal{G}}, então ou V1V_{1} e V3V_{3} são adjacentes em ambos os DAGs, ou existe um vértice VV_{*} tal que V1VV3V_{1}\rightarrow V_{*}\leftarrow V_{3} é um colisor em 𝒢{\mathcal{G}}^{*} e Z=VZ=V_{*} ou ZZ é descendente de VV_{*} em 𝒢{\mathcal{G}}.

Demonstração.

Para provar este resultado basta mostrar que, se V1V_{1} e V3V_{3} não são adjacentes nas condições do lema, então existe VV_{*} com as condições especificadas. Como ZZ é descendente de V2V_{2} em 𝒢{\mathcal{G}}, existe um caminho direcionado em 𝒢{\mathcal{G}}, C=(C1,,Cn)C=(C_{1},\ldots,C_{n}), tal que C1=V2C_{1}=V_{2} e Cn=ZC_{n}=Z. Como 𝒢{\mathcal{G}}^{*} tem o mesmo padrão de 𝒢{\mathcal{G}}, CC é um caminho de V2V_{2} em ZZ. Faremos a demonstração por indução.

Suponha que C1=V2C_{1}=V_{2} e C1=ZC_{1}=Z, isto é, V2=ZV_{2}=Z. Neste caso, V=V2V_{*}=V_{2} satisfaz as condições do lema. A seguir, suponha que, se nnn\leq n^{*}, então existe VV_{*} nas condições do lema e que n=n+1n=n^{*}+1. Se ZZ é descendente de V2V_{2} em 𝒢{\mathcal{G}}^{*}, então basta tomar V=ZV_{*}=Z. Caso contrário, existe um menor ii tal que CiCi+1C_{i}\leftarrow C_{i+1}. Existem 22 casos a considerar: i=1i=1 e i>1i>1.

Se i>1i>1, então Ci1CiCi+1C_{i-1}\rightarrow C_{i}\leftarrow C_{i+1} é um colisor em 𝒢{\mathcal{G}}^{*}. Como eles formam uma cadeia em 𝒢{\mathcal{G}}, e 𝒢{\mathcal{G}} e 𝒢{\mathcal{G}}^{*} tem o mesmo padrão, Ci1C_{i-1} e Ci+1C_{i+1} são adjacentes em ambos os DAGs. Como Ci1𝒢Ci𝒢Ci+1C_{i-1}\stackrel{{\scriptstyle{\mathcal{G}}}}{{\rightarrow}}C_{i}\stackrel{{% \scriptstyle{\mathcal{G}}}}{{\rightarrow}}C_{i+1} e 𝒢{\mathcal{G}} é acíclico, Ci1𝒢Ci+1C_{i-1}\stackrel{{\scriptstyle{\mathcal{G}}}}{{\rightarrow}}C_{i+1}. Portanto, C=(C1,,Ci1,Ci+1,,Cn)C^{*}=(C_{1},\ldots,C_{i-1},C_{i+1},\ldots,C_{n}) é um caminho de tamanho n1n-1 de V2V_{2} a ZZ em 𝒢{\mathcal{G}}^{*} que é um caminho direcionado em 𝒢{\mathcal{G}}. Decorre da hipótese de indução que existe VV_{*} tal qual desejado.

Se i=1i=1, V2𝒢C2V_{2}\stackrel{{\scriptstyle{\mathcal{G}}^{*}}}{{\leftarrow}}C_{2}. Portanto, V1V2C2V_{1}\rightarrow V_{2}\leftarrow C_{2} e V3V2C2V_{3}\rightarrow V_{2}\leftarrow C_{2} são colisores em 𝒢{\mathcal{G}}^{*}, mas não em 𝒢{\mathcal{G}}. Como 𝒢{\mathcal{G}} e 𝒢{\mathcal{G}}^{*} tem o mesmo padrão, conclua que V1V_{1} e C2C_{2}, e V3V_{3} e C2C_{2} são adjacentes em ambos os DAGs. Como V1𝒢V2𝒢C2V_{1}\stackrel{{\scriptstyle{\mathcal{G}}}}{{\rightarrow}}V_{2}\stackrel{{% \scriptstyle{\mathcal{G}}}}{{\rightarrow}}C_{2} e 𝒢{\mathcal{G}} é acíclico, V1𝒢C2V_{1}\stackrel{{\scriptstyle{\mathcal{G}}}}{{\rightarrow}}C_{2}. Por simetria V3𝒢C2V_{3}\stackrel{{\scriptstyle{\mathcal{G}}}}{{\rightarrow}}C_{2}. Portanto, V1C2V3V_{1}\rightarrow C_{2}\leftarrow V_{3} é um colisor em 𝒢{\mathcal{G}}. Como V1V_{1} e V3V_{3} não são adjacentes por suposição e 𝒢{\mathcal{G}} e 𝒢{\mathcal{G}}^{*} tem o mesmo padrão, V1C2V3V_{1}\rightarrow C_{2}\leftarrow V_{3} é um colisor em 𝒢{\mathcal{G}}^{*}, (C2,C3,,Cn)(C_{2},C_{3},\ldots,C_{n}) é um caminho de tamanho n1n-1 em 𝒢{\mathcal{G}}^{*} e que também é um caminho direcionado em 𝒢{\mathcal{G}}. Portanto, pela hipótese de indução, existe VV_{*} tal qual desejado. ∎

Lema 6.28.

Se 𝒢{\mathcal{G}} e 𝒢{\mathcal{G}}^{*} tem o mesmo padrão, então 𝒢{\mathcal{G}} e 𝒢{\mathcal{G}}^{*} são fielmente equivalentes.

Demonstração.

Desejamos provar que para quaisquer V1,V2𝒱V_{1},V_{2}\in{\mathcal{V}} e 𝕍𝒱{\mathbb{V}}\subseteq{\mathcal{V}} tais que V1V2V_{1}\neq V_{2} e {V1,V2}𝕍=∅︀\{V_{1},V_{2}\}\cap{\mathbb{V}}=\emptyset, se existe um caminho em 𝒢{\mathcal{G}} de V1V_{1} a V2V_{2} não bloqueado dado 𝕍{\mathbb{V}}, então existe um caminho em 𝒢{\mathcal{G}}^{*} de V1V_{1} a V2V_{2} não bloqueado dado 𝕍{\mathbb{V}}. Tome V1V_{1}, V2V_{2} e 𝕍{\mathbb{V}} arbitrários. Realizaremos a demonstração por indução.

Suponha que há um caminho de tamanho 22 de V1V_{1} a V2V_{2} em 𝒢{\mathcal{G}} que não é bloqueado dado 𝕍{\mathbb{V}}. Portanto, V1V_{1} e V2V_{2} são adjacentes em 𝒢{\mathcal{G}}. Como 𝒢{\mathcal{G}} e 𝒢{\mathcal{G}}^{*} tem o mesmo padrão, V1V_{1} e V2V_{2} são adjacentes em 𝒢{\mathcal{G}}^{*}. Conclua do Lema 6.25 que (V1,V2)(V_{1},V_{2}) é um caminho não bloqueado dado 𝕍{\mathbb{V}} em 𝒢{\mathcal{G}}^{*}.

A seguir, suponha que, para todo caminho de tamanho menor ou igual a nn em 𝒢{\mathcal{G}} de V1V_{1} a V2V_{2} que não é bloqueado dado 𝕍{\mathbb{V}}, existe um caminho em 𝒢{\mathcal{G}}^{*} de V1V_{1} a V2V_{2} que não é bloqueado dado 𝕍{\mathbb{V}}. Tome um caminho caminho arbitrário de tamanho n+1n+1, (C1,C2,,Cn,Cn+1)(C_{1},C_{2},\ldots,C_{n},C_{n+1}) em 𝒢{\mathcal{G}} de V1V_{1} a V2V_{2} que não é bloqueado dado 𝕍{\mathbb{V}}. Desejamos provar que existe um caminho em 𝒢{\mathcal{G}}^{*} de V1V_{1} a V2V_{2} que não é bloqueado dado 𝕍{\mathbb{V}}.

Para tal, observamos inicialmente que, como 𝒢{\mathcal{G}} e 𝒢{\mathcal{G}}^{*} tem o mesmo padrão, CC é um caminho de V1V_{1} a V2V_{2} em 𝒢{\mathcal{G}}^{*}. A seguir, dividiremos a análise em alguns casos:

  1. a)

    Considere que existe ii tal que CiC_{i} é um colisor em 𝒢{\mathcal{G}} e não é um colisor em 𝒢{\mathcal{G}}^{*}. Como 𝒢{\mathcal{G}} e 𝒢{\mathcal{G}}^{*} tem o mesmo padrão, Ci1C_{i-1} e Ci+1C_{i+1} são adjacentes em 𝒢{\mathcal{G}}. Sem perda de generalidade, suponha que Ci1𝒢Ci+1C_{i-1}\stackrel{{\scriptstyle{\mathcal{G}}}}{{\rightarrow}}C_{i+1}. Tome C=(C1,,Ci1,Ci+1,,Cn+1)C^{*}=(C_{1},\ldots,C_{i-1},C_{i+1},\ldots,C_{n+1}). Com exceção de Ci+1C_{i+1}, todos os vértices em CC^{*} tem o mesmo tipo entre colisor e não-colisor que eles tem em CC. Assim, todos os demais vértices estão abertos dado 𝕍{\mathbb{V}}. Caso Ci+1C_{i+1} não seja um colisor em CC^{*}, então ele tem o mesmo tipo que em CC e, assim, está aberto em CC^{*} dado 𝕍{\mathbb{V}}. A seguir, resta o caso em que Ci+1C_{i+1} é um colisor em CC^{*}. Como CiC_{i} é um colisor em CC, CiC_{i} é descendente de Ci+1C_{i+1}. Também, como CiC_{i} não estava bloqueado em CC dado 𝕍{\mathbb{V}}, existe V𝕍V\in{\mathbb{V}} tal que VV é descendente de CiC_{i}. Conclua que VV é descendente de Ci+1C_{i+1} e, assim, Ci+1C_{i+1} não está bloqueado em CC^{*} dado 𝕍{\mathbb{V}}. Portanto, CC^{*} é um caminho de tamanho nn de V1V_{1} a V2V_{2} em 𝒢{\mathcal{G}} que não está bloqueado dado 𝕍{\mathbb{V}}. Assim, esse caso está resolvido pela hipótese de indução.

  2. b)

    Considere que existe ii tal que CiC_{i} não é um colisor em 𝒢{\mathcal{G}} e é um colisor em 𝒢{\mathcal{G}}^{*}. Como 𝒢{\mathcal{G}} e 𝒢{\mathcal{G}}^{*} tem o mesmo padrão, Ci1C_{i-1} e Ci+1C_{i+1} são adjacentes em 𝒢{\mathcal{G}}. Há 3 casos a analisar:

    1. I)

      Caso Ci1𝒢Ci𝒢Ci+1C_{i-1}\stackrel{{\scriptstyle{\mathcal{G}}}}{{\rightarrow}}C_{i}\stackrel{{% \scriptstyle{\mathcal{G}}}}{{\rightarrow}}C_{i+1}, como 𝒢{\mathcal{G}} é um DAG, obtemos que Ci1𝒢Ci+1C_{i-1}\stackrel{{\scriptstyle{\mathcal{G}}}}{{\rightarrow}}C_{i+1}. Neste caso, todos os vértices no caminho C=(C1,,Ci1,Ci+1,,Cn+1)C^{*}=(C_{1},\ldots,C_{i-1},C_{i+1},\ldots,C_{n+1}) tem o mesmo tipo entre colisor e não-colisor que eles tem em CC. Assim, CC^{*} é um caminho de tamanho nn de V1V_{1} a V2V_{2} que não está bloqueado em 𝒢{\mathcal{G}} dado 𝕍{\mathbb{V}}. Assim, esse caso está resolvido pela hipótese de indução.

    2. II)

      Caso Ci1𝒢Ci𝒢Ci+1C_{i-1}\stackrel{{\scriptstyle{\mathcal{G}}}}{{\leftarrow}}C_{i}\stackrel{{% \scriptstyle{\mathcal{G}}}}{{\leftarrow}}C_{i+1}, a análise é análoga ao caso anterior.

    3. III)

      Caso Ci1𝒢Ci𝒢Ci+1C_{i-1}\stackrel{{\scriptstyle{\mathcal{G}}}}{{\leftarrow}}C_{i}\stackrel{{% \scriptstyle{\mathcal{G}}}}{{\rightarrow}}C_{i+1}, tome sem perda de generalidade que Ci1𝒢Ci+1C_{i-1}\stackrel{{\scriptstyle{\mathcal{G}}}}{{\rightarrow}}C_{i+1}. A seguir, há dois casos a considerar. Primeiramente, considere que Ci1C_{i-1} é um colisor em CC em 𝒢{\mathcal{G}}. Como CiC_{i} é um colisor em CC em 𝒢{\mathcal{G}}^{*}, Ci1C_{i-1} não é um colisor em CC em 𝒢{\mathcal{G}}^{*}. Portanto, Ci1C_{i-1} satisfaz as condições do caso tratado em a). A seguir, se Ci1C_{i-1} não é um colisor em CC em 𝒢{\mathcal{G}}, então todos os vértices em C=(C1,,Ci1,Ci+1,,Cn+1)C^{*}=(C_{1},\ldots,C_{i-1},C_{i+1},\ldots,C_{n+1}) tem o mesmo tipo entre colisor e não-colisor dado 𝕍{\mathbb{V}} que em CC. Portanto, CC^{*} é um caminho de tamanho nn de V1V_{1} a V2V_{2} que não está bloqueado dado 𝕍{\mathbb{V}} em 𝒢{\mathcal{G}}. Assim, esse caso está resolvido pela hipótese de indução.

  3. c)

    Resta o caso tal que, para todo ii, tanto em 𝒢{\mathcal{G}} quanto em 𝒢{\mathcal{G}}^{*}, CiC_{i} tem o mesmo tipo em CC entre colisor e não-colisor. Existem dois casos a analisar:

    1. I)

      Caso exista algum ii tal que CiC_{i} é um colisor em CC tanto em 𝒢{\mathcal{G}} quanto em 𝒢{\mathcal{G}}^{*} e Ci1C_{i-1} e Ci+1C_{i+1} são adjacentes em 𝒢{\mathcal{G}}. Sem perda de generalidade, suponha que Ci1𝒢Ci+1C_{i-1}\stackrel{{\scriptstyle{\mathcal{G}}}}{{\rightarrow}}C_{i+1} e tome C=(C1,,Ci1,Ci+1,,Cn+1)C^{*}=(C_{1},\ldots,C_{i-1},C_{i+1},\ldots,C_{n+1}). Todos os vértices em CC^{*} com exceção de Ci+1C_{i+1} tem o mesmo tipo entre colisor e não-colisor que em CC. Caso Ci+1C_{i+1} também tenha o mesmo tipo, então CC^{*} não está bloqueado dado 𝕍{\mathbb{V}}. Caso contrário, Ci+1C_{i+1} é um colisor em CC^{*}. Como CiC_{i} é um colisor em CC, obtemos que Ci+1𝒢CiC_{i+1}\stackrel{{\scriptstyle{\mathcal{G}}}}{{\rightarrow}}C_{i}. Além disso, como CiC_{i} não está bloqueado em CC dado 𝕍{\mathbb{V}}, conclua que existe V𝕍V\in{\mathbb{V}} tal que VV é descendente de CiC_{i}. Conclua das duas últimas sentenças que VV é descendente de Ci+1C_{i+1}. Assim, Ci+1C_{i+1} não está bloqueado em CC^{*} dado 𝕍{\mathbb{V}}. Decorre que CC^{*} é um caminho de tamanho nn de V1V_{1} a V2V_{2} que não está bloqueado em 𝒢{\mathcal{G}} dado 𝕍{\mathbb{V}}. Assim, esse caso está resolvido pela hipótese de indução.

    2. II)

      Caso contrário, para todo ii em que CiC_{i} é um colisor em CC, Ci1C_{i-1} e Ci+1C_{i+1} não são adjacentes. Portanto, decorre do Lema 6.27 que existe CiC^{*}_{i} tal que Ci1𝒢Ci𝒢Ci+1C_{i-1}\stackrel{{\scriptstyle{\mathcal{G}}^{*}}}{{\rightarrow}}C^{*}_{i}% \stackrel{{\scriptstyle{\mathcal{G}}^{*}}}{{\leftarrow}}C_{i+1} e existe V𝕍V\in{\mathbb{V}} que é descendente de CiC_{i} em 𝒢{\mathcal{G}}^{*}. Para todo ii em que CiC_{i} não é colisor em CC, tome Ci=CiC^{*}_{i}=C_{i}. Por construção, CC^{*} não está bloqueado em 𝒢{\mathcal{G}}^{*} dado 𝕍{\mathbb{V}}.

Prova do Teorema 5.5.

Decorre dos Lemas 6.26 e 6.28