3.3 A base
A exponencial foi definida para qualquer base .
A escolha de uma base específica depende em geral da situação. Por exemplo, num
problema
de bactérias cuja população dobra a cada unidade de tempo, a base será
.
Vimos também que a base não precisa ser inteira: no Exercício
3.10, .
A priori, qualquer base pode ser escolhida para estudar um problema. Por exemplo, se tivermos alguma preferência para a base , qualquer exponencial pode ser transformada na base :
Existe uma base, denotada por , cuja importância será vista nos próximos capítulos, mas que será introduzida aqui:
Como , o número é uma constante fundamental da matemática. Ele pode ser definido de várias maneiras. Por exemplo, geometricamente, é o único número tal que a área delimitada pelo gráfico da função , pelo eixo e pelas retas verticais , , seja igual a :
(Mais tarde veremos como calcular a área debaixo de um gráfico.) Analiticamente, le pode ser obtido calculando o valor da soma infinita (chamada série, ver Cálculo 2)
ou como o valor do limite
Foi mostrado por Euler 44
4
Leonard Euler, Basileia (Suiça) -
São-Petersburgo (Rússia) . que é irracional.
Não mostraremos aqui porque que as três definições acima são equivalentes, mas a partir
de agora admitiremos que o limite em (3.15) existe, e o usaremos para definir a
base .
A exponencial associada á base costuma ser escrita (em vez de ), ou simplesmente . O logaritmo na base escreve-se (em vez de ), e chama-se logaritmo neperiano (devido a Napier), ou logaritmo natural. Por serem a exponencial e o logaritmo de uma base específica, as funções e possuem todas as propriedades das funções descritas acima para . Em particular, elas são ambas estritamente crescentes:
Veremos que é mais fácil manusear exponencial e logaritmos quando esses são na base . Por exemplo, sera visto que a função é a única função cujo valor em é , e que é igual a sua própria derivada: .
Observação 3.5.
Uma boa referência para aprender mais sobre o número , sobre a invenção do logaritmo e sobre o seu papel no desenvolvimento do Cálculo é o livro de Eli Maor, : a história de um número (se encontra na Biblioteca Central).
Daremos mais dois exemplos em que a constante tem um papel fundamental:
Exemplo 3.6.
A curva de Gauss, ou Gaussiana é uma distribuição de probabilidade universal, que rege o desvio padrão de um grande número de variáveis aleatórias independentes:
Exemplo 3.7.
Em física nuclear, uma substância radioativa se desintegra naturalmente com uma taxa , o que significa que a quantidade de substância em função do tempo decresce como
onde é a quantidade de substância inicial e o tempo.
Exercício 3.13.
Considere (3.16).
-
1.
Calcule o tempo de meia-vida , isto é, o tempo necessário para a quantidade de substância ser igual à metade da sua quantidade inicial. Qual é a quantidade de substância sobrando depois de duas meia-vidas? Quatro? Existe um tempo em que a substância toda se desintegrou?
-
2.
Sabendo que o urânio possui uma taxa de desintegração , calcule o seu tempo de meia-vida.
Exercício 3.14.
Resolva:
-
1.
-
2.
-
3.
-
4.
-
5.
-
6.
-
7.
-
8.
-
9.
-
10.
Exercício 3.15.
Determine quais das funções abaixo são pares, ímpares, ou nem par e nem ímpar.
-
1.
-
2.
-
3.
-
4.
-
5.
-
6.
-
7.
Exercício 3.16.
Esboce o gráfico da função . Em seguida, esboce o gráfico da função somente a partir das propriedades do gráfico de e das propriedades do .
Exercício 3.17.
Determine o conjunto imagem da função .