6.5 O Teorema de Rolle
A seguinte afirmação geométrica é intuitiva: se e são dois pontos de mesma altura (isto é: com a mesma segunda coordenada) no gráfico de uma função diferenciável , então existe pelo menos um ponto no gráfico de , entre e , tal que a reta tangente ao gráfico em seja horizontal. Em outras palavras:
Teorema 6.2.
Seja uma função contínua em e derivável em . Se , então existe tal que
Exemplo 6.14.
Considere , e , . Então . Nesse caso, o ponto cuja existência é garantida pelo teorema é :
De fato, , logo .
Exercício 6.28.
Em cada um dos casos a seguir, mostre que a afirmação do Teorema de Rolle é verificada, achando explicitamente o ponto .
-
1.
, , .
-
2.
, ,
-
3.
, , .
Como consequência do Teorema de Rolle,
Corolário 6.1.
Seja uma função contínua em , derivável em . Então existe tal que
Demonstração.
Defina . Então é diferenciável, e como , pelo Teorema de Rolle existe um tal que . Mas como , temos . ∎
Geometricamente, o Corolário 6.1 representa um Teorema do valor intermediário para a derivada: se , , o corolário afirma que existe um ponto no gráfico de , entre e , em que a inclinação da reta tangente em () é igual à inclinação do segmento ().
Exemplo 6.15.
Considere por exemplo no intervalo .
A construção geométrica de é clara: traçamos a reta paralela a , tangente à parábola. Neste caso a posição do ponto pode ser calculada explicitamente: como , e como satisfaz , temos , isto é: .
Exercício 6.29.
Considere , com , . Ache graficamente o ponto e em seguida, calcule-o usando uma calculadora.
Exercício 6.30.
Considere a função definida por se , se , e , . Existe um ponto no gráfico de , entre e , tal que a reta tangente ao gráfico em seja paralela ao segmento ? Explique.
Exercício 6.31.
Mostre que para todo par de pontos , vale a seguinte desigualdade:
Use esse fato para mostrar que é uma função contínua. Faça a mesma coisa com .