Capítulo 8

8.1 (Já vimos no Exemplo 6.36 que a afirmação vale para p=1p=1, q=1q=1.) Observe que (lnx)pxq=((lnx)p/qx)q\frac{(\ln x)^{p}}{x^{q}}=(\frac{(\ln x)^{p/q}}{x})^{q}. Logo, basta provar a afirmação para q=1q=1 e p>0p>0 qualquer: limx(lnx)px=0\lim_{x\to\infty}\frac{(\ln x)^{p}}{x}=0. Mostremos por indução que se a afirmação vale para p>0p>0 (limx(lnx)px=0\lim_{x\to\infty}\frac{(\ln x)^{p}}{x}=0), então ela vale para p+1p+1. De fato, pela regra de B.H.,

limx(lnx)p+1x=limx(p+1)(lnx)p1x1=(p+1)limx(lnx)px=0.\lim_{x\to\infty}\frac{(\ln x)^{p+1}}{x}=\lim_{x\to\infty}\frac{(p+1)(\ln x)^{% p}\tfrac{1}{x}}{1}=(p+1)\lim_{x\to\infty}\frac{(\ln x)^{p}}{x}=0\,.

Então, a afirmação estará provada para qualquer p>0p>0 se ela for provada para 0<p10<p\leq 1. Mas para tais pp, (lnx)plnx(\ln x)^{p}\leq\ln x para todo x>1x>1, logo,

limx(lnx)pxlimxlnxx=0,\lim_{x\to\infty}\frac{(\ln x)^{p}}{x}\leq\lim_{x\to\infty}\frac{\ln x}{x}=0\,,

pelo Exemplo 6.36. 8.3 (1) 0 (2) 0 (3) -\infty (4) 0 (5) 0 (6) \infty (7) 0 (8) \infty 8.4 (1) A função é a sua própria assíntota oblíqua. (2) Não possui ass. (3) y=2y=-2 (vertical), y=x2y=x-2 em ±\pm\infty. (4) Não possui ass. (5) y=0y=0 em -\infty, y=xy=x em ++\infty. (6) y=xy=x em ++\infty. (7) y=xln2y=x-\ln 2 em ++\infty, y=xln2y=-x-\ln 2 em -\infty. (8) Não possui assíntotas: apesar de m=limxeln2x+1xm=\lim_{x\to\infty}\frac{e^{\sqrt{\ln^{2}x+1}}}{x} existir e valer 11, limx{eln2x+1x}=\lim_{x\to\infty}\{e^{\sqrt{\ln^{2}x+1}}-x\}=\infty. 8.5 Em geral, náo. Por exemplo, f(x)=x+1xsen(x2)f(x)=x+\tfrac{1}{x}\operatorname{sen}(x^{2}) possui y=xy=x como assíntota oblíqua em ++\infty, mas f(x)=1senx2x2+2cos(x2)f^{\prime}(x)=1-\frac{\operatorname{sen}x^{2}}{x^{2}}+2\cos(x^{2}) não possui limite quando xx\to\infty. Na verdade, uma função pode possuir uma assíntota (oblíqua ou outra) sem sequer ser derivável. 8.6 (1): O domínio de (x1x)2\bigl{(}\frac{x-1}{x}\bigr{)}^{2} é D={0}D=\mathbb{R}\setminus\{0\}, o sinal é sempre não-negativo, tem um zero em x=1x=1. ff não é par, nem ímpar. Os limites relevantes são limx0±f(x)=+\lim_{x\to 0^{\pm}}f(x)=+\infty, logo x=0x=0 é assíntota vertical, e

limx±(x1x)2=(limx±x1x)2==(limx±(11x))2=12=1.\lim_{x\to\pm\infty}\bigl{(}\frac{x-1}{x}\bigr{)}^{2}=\Bigl{(}\lim_{x\to\pm% \infty}\frac{x-1}{x}\Bigr{)}^{2}==\Bigl{(}\lim_{x\to\pm\infty}\bigl{(}1-\frac{% 1}{x}\bigr{)}\Bigr{)}^{2}=1^{2}=1\,.

Logo, y=1y=1 é assíntota horizontal. ff é derivável em DD, e f(x)=2(x1)x3f^{\prime}(x)=\frac{2(x-1)}{x^{3}}.

ff possui um mínimo global em (1,0)(1,0). A segunda derivada é dada por f′′(x)=2(32x)x4f^{\prime\prime}(x)=\frac{2(3-2x)}{x^{4}}. Ela se anula em x=32x=\tfrac{3}{2}, e muda de sinal neste ponto:

Logo, ff é convexa em (,0)(-\infty,0) e (0,32)(0,\frac{3}{2}), côncava em (32,)(\frac{3}{2},\infty), e possui um ponto de inflexão em (32,f(32))=(32,19)(\tfrac{3}{2},f(\tfrac{3}{2}))=(\tfrac{3}{2},\tfrac{1}{9}).

(2): O domínio de f(x)=x(lnx)2f(x)=x(\ln x)^{2} é D=(0,+)D=(0,+\infty), e o seu sinal é: f(x)0f(x)\geq 0 para todo xDx\in D. A função não é par nem ímpar. Como limxf(x)=+\lim_{x\to\infty}f(x)=+\infty, não tem assintota horizontal. Para ver se tem assíntota vertical em x=0x=0, calculemos limx0+f(x)=limx0+(lnx)21/x\lim_{x\to 0^{+}}f(x)=\lim_{x\to 0^{+}}\frac{(\ln x)^{2}}{1/x}. Como ambas funções (lnx)2(\ln x)^{2} e 1/x1/x são deriváveis em (0,1)(0,1) e tendem a ++\infty quando x0+x\to 0^{+}, apliquemos a regra de B.H.:

limx0+(lnx)21/x=limx0+2(lnx)1/x1/x2=2limx0+xlnx.\lim_{x\to 0^{+}}\frac{(\ln x)^{2}}{1/x}=\lim_{x\to 0^{+}}\frac{2(\ln x)1/x}{-% 1/x^{2}}=-2\lim_{x\to 0^{+}}x\ln x\,.

Usando a regra de B.H. de novo, pode ser mostrado que esse segundo limite é zero (ver Exemplo 6.37). Logo, limx0+f(x)=0\lim_{x\to 0^{+}}f(x)=0: não tem assíntota vertical em x=0x=0. A derivada é dada por f(x)=lnx(lnx+2)f^{\prime}(x)=\ln x(\ln x+2).

O máximo local está em (e2,f(e2))=(e2,4e2)(e^{-2},f(e^{-2}))=(e^{-2},4e^{-2}), e o mínimo global em (1,f(1))=(1,0)(1,f(1))=(1,0). A segunda derivada de ff é dada por f′′(x)=2(lnx+1)xf^{\prime\prime}(x)=\frac{2(\ln x+1)}{x}.

Logo, ff é côncava em (0,e1)(0,e^{-1}), possui um ponto de inflexão em (e1,f(e1))=(e1,e1)(e^{-1},f(e^{-1}))=(e^{-1},e^{-1}), e é convexa em (e1,+)(e^{-1},+\infty).

Podemos também notar que limx0+f(x)=+\lim_{x\to 0^{+}}f^{\prime}(x)=+\infty. 8.7 D=\{±4}D=\mathbb{R}\backslash\{\pm 4\}. Os zeros de f(x):=x24x216f(x){:=}\frac{x^{2}-4}{x^{2}-16} são x=2x=-2, x=+2x=+2, e o seu sinal:

Como

limx±f(x)=limx±14x2116x2=1,\lim_{x\to\pm\infty}f(x)=\lim_{x\to\pm\infty}\frac{1-\frac{4}{x^{2}}}{1-\frac{% 16}{x^{2}}}=1\,,

a reta y=1y=1 é assíntota horizontal. Como

limx4±f(x)=,limx+4±f(x)=±,\lim_{x\to-4^{\pm}}f(x)=\mp\infty\,,\quad\lim_{x\to+4^{\pm}}f(x)=\pm\infty\,,

as retas x=4x=-4 e x=+4x=+4 são assíntotas verticais. A primeira derivada se calcula facilmente: f(x)=24x(x216)2f^{\prime}(x)=\frac{-24x}{(x^{2}-16)^{2}}, logo a variação de ff é dada por:

A posição do máximo local é: (0,f(0))=(0,14)(0,f(0))=(0,\tfrac{1}{4}). O gráfico:

A segunda derivada: f′′(x)=2416+3x2(x216)3f^{\prime\prime}(x)=24\frac{16+3x^{2}}{(x^{2}-16)^{3}}, e a convexidade é dada por

8.8 OBS: Para as demais funções, colocamos somente um resumo das soluções, na forma de um gráfico no qual o leitor pode verificar os resultados do seu estudo.

(1) Ass. vert.: x=0x=0. Ass. oblíqua: y=xy=x.

(2) Ass. vert.: x=0x=0. Ass. obl.: y=xy=x.

(3)

(4)

(5)

(6), (7), (8):

(9)

(10):

(11):

8.9 (1)

(2)

(3)

(4)

Os pontos de inflexão são soluções da equação (1lnx)23x+2xlnx=0(1-\ln x)^{2}-3x+2x\ln x=0. Pode ser mostrado que esses satisfazem x10.58x_{1}\simeq 0.58, x14.37x_{1}\simeq 4.37.

(5)

(6)

(7) Ass. horiz.: y=ln3y=\ln 3. Ass. obl.: y=2xy=2x.

(8) Observe que (e|x|2)3(e^{|x|}-2)^{3} é par, e não é derivável em x=0x=0.

(9)

(10)

(11)

Obs: f(x)=f(x)φ(x)f^{\prime}(x)=f(x)\varphi(x), onde φ(x)=15(4x+1x1)\varphi(x)=\tfrac{1}{5}(\tfrac{4}{x}+\tfrac{1}{x-1}). A função não é derivável nem em x=0x=0, nem em x=1x=1 (apesar de ser contínua nesses pontos). f′′(x)=(φ(x)2+φ(x))f(x)=425f(x)x2(x1)2f^{\prime\prime}(x)=(\varphi(x)^{2}+\varphi^{\prime}(x))f(x)=-\tfrac{4}{25}% \frac{f(x)}{x^{2}(x-1)^{2}}, logo, ff é convexa em (,0)(-\infty,0) e (0,1)(0,1), côncava em (1,)(1,\infty). Essa função possui uma assíntota oblíqua: y=x15y=x-\tfrac{1}{5}.